dezembro 16, 2010

papel da poesia

esses dias sem dinheiro
lendo versos no banheiro
pensei "meu Deus, mas que dureza!"
e me surge Camões, em resposta,
e, a despeito do cheiro da bosta,
recita-me com a mesma clareza
do amigo que agora a mim lê:
É "que há dias que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como e dói não sei porquê..."



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